Recursos de diagnóstico da espinha bífida: o papel do ultrassom
Artigo:
The Diagnostic Features of Spina Bifida:The Role of Ultrasound
Autor(es):
Beverly G. Coleman Jill E. Langer Steven C. Horii
O trabalho acima, a despeito da data de sua
publicação, é um artigo de revisão que tem significado importante tanto pelo
seu aspecto didático quanto pela sua aplicabilidade prática, inclusive tendo
sido eleito pela revista “Fetal Diagnosis and Therapy” como destaque.
O diagnóstico de malformações maiores,
sobretudo as malformações cirurgicamente tratáveis, têm sido realizados cada
vez mais precocemente pela melhora dos equipamentos e sistematização na
avaliação anatômica do feto. O diagnóstico precoce permite melhor estadiamento
do defeito anatômico, o estudo genético do feto prévio à cirurgia, quando
necessário, e uma intervenção mais precoce quando o defeito anatômico for
passível de correção cirúrgica pré-natal.
Os defeitos do Tubo Neural, em particular a
mielomeningocele (MMC) ou Espinha Bífida, tendem a ter um efeito devastador na
vida do feto e da família. Tanto pelo seu caráter progressivo, pelas seu
reflexo na autonomia da criança, quanto no desenvolvimento neuropsíquico e
motor. Trabalhos mais recentes demonstram que o prognóstico neurológico da
criança será tão melhor quanto mais precoce for feita a cirurgia pré-natal.
Este artigo enfatiza como utilizar a
ultrassonografia na evolução dos pacientes com suspeita de MMC.
Através da ultrassonografia pode-se avaliar
todo o Sistema Nervoso Central (SNC) do feto. Permite detectar precisamente o
local da lesão, quais as partes envolvidas, se há acometimento ósseo e de
partes moles, bem como classificar se a lesão é aberta ou fechada. Também permite
detectar lesões associadas à MMC, como cifoses, escolioses, anomalias
vertebrais e siringe cervical. A descrição e a quantificação de lesões
intracranianas são fundamentais para a indicação de terapêutica pré-natal e
para a determinação do prognóstico, portanto, o tamanho da ventriculomegalia
cerebral, a presença de herniação do tronco cerebral, do cerebelo e de complicações
imprevistas como hemorragias intracranianas devem ser investigadas. A
observação do comprometimento motor, do nível funcional da lesão, as alterações
musculoesqueléticas no feto, o movimento dos membros inferiores e o estado das
articulações também podem nos indicar a gravidade do dano neurológico.
É essencial que em toda avaliação de primeiro e
início de segundo trimestres sejam incluídas uma completa varredura nos planos
sagital, axial e coronal em todo o SNC e coluna do feto.
Minha filha está com 7 meses de gestação,e descobriu que o nenê dela está com alteração nos rins policístico,queria muito ajuda,obrigada
Olá Roseane! Sinto pelo diagnóstico da sua filha, mas é preciso avaliar toda a história da gravidez e toda a evolução ultrassonográfica pra entender melhor o que está acontecendo.
É muito importante definir bem o diagnóstico, saber se está restrito em um ou em ambos rins, avaliar a diurese se está presente, para se determinar o prognóstico da gestação.
Não maioria das vezes, doenças do trato urinário não se beneficiam de tratamento pré-natal.
Portanto é importante que o fetologo que está cuidando do bebê e o obstetra tracem um plano de cuidados, inclusive após o nascimento.
Boa sorte!